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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Liberdade à Ras Geraldinho



LIBERDADE PARA RAS GERALDINHO! PELO DIREITO DE CULTO RELIGIOSO E DE CULTIVO CASEIRO – No último dia 14/8, completou-se 1 ano da prisão do líder religioso Ras Geraldinho, criador da primeira igreja rastafári brasileira, a Primeira Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, em Americana (SP). Sua condenação a 14 anos de prisão por cultivar e consumir canábis em rituais religiosos é um atentado ao livre direito de culto religioso, previsto na Constituição brasileira. O Supremo Tribunal Federal já considerou inconstitucional a criminalização do uso religioso de ayahuasca, o “Chá do Santo Daime”. Portanto já há jurisprudência para garantir o uso de drogas ilícitas para fins religiosos. Além disso, sabemos que o cultivo caseiro da maconha é encarado como ativismo e representa uma alternativa ao comércio ilegal

                                 Fonte: allevents.in


          Sem sombra de dúvida alguma, se mostrarmos à um cristão tradicional, seja ele adventista, católico, luterano, evangélico em geral, a fotografia de Ras Geraldinho com a sua “bíblia maconheira”, o impacto é grande. Eu próprio, confesso, fico até hoje chocado com algumas visões dele sobre o evangelho, no entanto, isso não me impede de respeitar a sua linhagem religiosa. Não consigo enxergá-lo, da mesma forma, como alguém extremamente perigoso e hediondo,  que mereça ficar trancafiado na cela de uma prisão para preservar a sociedade brasileira da sua presença. Na minha humilde concepção, os criminosos engravatados são os que mais merecem a “tranca dura” para refletirem sobre os seus delitos e ficarem impossibilitados de desviarem recursos públicos para benefícios próprios.
          As interpretações sobre a vida de Cristo, qualquer um sabe, são as mais variadas e conflitantes em vários aspectos. Uns, com méritos, chamam a Deus pelo nome próprio, Jeová, e não pelo substantivo. Outros, igualmente valorosos, respeitam o sagrado dia do descanso, sábado, sacramentado no livro de Gênesis. Temos também os que admitem a reencarnação, fazendo dela o alicerce da sua doutrina. Poderia eu, se me desse ao trabalho de pesquisar, escrever uma crônica inteiramente versando sobre esse espinhoso assunto da diversidade religiosa,  no entanto, não encontro-me com disposição ou autoridade para tal. Meu objetivo é tão somente pôr em negrito essa variedade de pensamentos que compõe o cenário comportamental do nosso país,  para transportar os leitores ao caso Ras Geraldinho, comprovadamente um rastafári que faz uso de uma erva que para ele é sagrada. Não esqueçamos que a ayahuasca,  planta igualmente proibida e classificada como droga, é permitida em rituais da seita Santo Daime.  O que impede de aplicarmos em casos como esse, que envolvem a maconha, o mesmo tratamento dado ao Daime pela Legislação Penal brasileira, que  permite liberdade de credo ou culto à qualquer cidadão?






          Enquanto Geraldinho tem uma pena estipulada  em 14 anos, inicialmente em regime fechado, José, político corrupto e de gorda conta bancária, suficiente para pagar “bons” advogados, debate-se pavorosamente para esquivar-se de uma sentença que não ultrapassará 11 anos de cadeia. Contrastes e contradições desse nosso país tropical...
          LIBERDADE À RAS GERALDINHO, é o que declaro sem medo de estar sendo injusto. É chegada a hora de discutirmos a questão pela ótica da religiosidade e metermos a mão nesse vespeiro que quer atacar com ferocidade as convicções pessoais de todos nós. Podemos não concordar com as interpretações bíblicas dele, no entanto, não lhe pode ser negado aquilo que lhe é tão precioso para exaltar o divino, nem rebaixá-lo a condição de mero traficante.

                                        
                                  Cesar S. Farias


http://www.avaaz.org/po/petition/Por_Liberdade_Religiosa_e_pela_libertacao_de_Ras_Geraldinho/?tfiNzcb

Um comentário:

dioceli disse...

É uma completa disparidade alguém que lesa os brasileiros em geral ganha uma setencinha enquanto que um religioso recebe um castigo como se fosse criminoso.